Opinião | O triângulo de influências (Por Victor Pinto)

ACM Neto (DEM) e Pelegrino (PT) e uma possível influência em C. do Coité (Crédito: Eduardo Martins/A Tarde e Google)

As eleições em Salvador podem ter influências na conjuntura política de C. do Coité. Um ouvinte da Rádio Sabiá FM, semana passada, enquanto eu comentava sobre o clima do período eleitoral soteropolitano, me criticou por trazer assuntos distantes e não locais. Pois bem: o que tem haver a capital do Estado com Coité? Tudo! Os pleitos municipais são termômetro para a corrida estadual. Salvador é a referência do que pode ocorrer daqui a dois anos.
Analisemos: a derrocada do império do finado ex-senador e ex-governador ACM começou em 2004, justamente na prefeitura de Salvador. Na época, João Henrique, então PDT, venceu César Borges, do antigo PFL, com os esmagadores 74% dos votos válidos no segundo turno. Dois anos mais tarde, Jacques Wagner (PT) realiza uma reviravolta e derrota o candidato a governador a reeleição, Paulo Souto. Em 2008, novamente, João Henrique, agora PMDB, fora reeleito, disputando o segundo turno com Walter Pinheiro (PT) e deixou ACM Neto, do DEM, de fora do páreo logo no primeiro turno. Já em 2010, Wagner é reeleito à chefia do Executivo baiano. Neste quadro podemos analisar o termômetro que é uma eleição para outra.
Ouça aqui este artigo, no comentário da Rádio Sabiá FM (23/10)
Panorama atual – Nelson Pelegrino (PT) é o candidato da presidenta Dilma, do ex-presidente Lula e do “queimado” governador Wagner, este pela primeira vez teve a imagem distanciada em diversas campanhas no interior. Assis, prefeito eleito de C. do Coité, usou a mesma tática de Pelegrino: “sou do time da união” (federal e estadual). O candidato mais desgastado com as últimas tacadas de Waguinho (greve da PM, greve dos professores e etc) foi Pelegrino e do mesmo jeito o petista se manteve rente na campanha.
ACM Neto (DEM), atualmente, é o político mais forte do estado para concorrer com o sucessor de Jacques Wagner. Deputado federal que carrega a herança do Carlismo nas costas. Caso vença, terá dois anos para transformar Salvador em vitrine e turbinar seu nome. Se o vitorioso for Pelegrino, Wagner mostrará, mesmo com os últimos acontecimentos, um poderio.
Influência cá – O futuro prefeito de Coité, Assis, pegaria dois anos de gestão de ACM Neto, caso ele seja eleito prefeito e posteiormente governador. O democrata mantem laços estreitos com Tom Araújo, deputado estadual do mesmo partido, ex-prefeito e filho daquele que será um dos maiores opositores da gestão petista em Coité, o líder Hamilton Rios.  Se isso acontecer, não haveria os entraves partidários?
Portanto, pelo contexto histórico, várias conclusões podem ser tiradas. A política de lá (Salvador), influencia uma conjuntura estadual que, de fato, exerce um poder na política de cá (Coité). Um triângulo (amoroso?).

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