Governo busca sustentabilidade da região do sisal

Anunciado aquisição de dois milhões de mudas sadias de sisal, livres da “podridão vermelha”, a implantação de uma biofábrica de mudas de sisal, e o desenvolvimento de uma máquina para desfibrar o sisal segura e produtiva.
Estruturar a cadeia produtiva do sisal e viabiliar a utilização de 100% da folha, com o aproveitamento dos subprodutos, e assim garantir a sustentabilidade dessa cadeia, e a revitalização social e econômica de toda região do sisal. Esses são os objetivos do governo do Estado, que através das secretarias da Agricultura (Seagri) e de Ciência e Tecnologia (Secti) executa ações nesse sentido. Nesta terça-feira (21), os secretários Eduardo Salles e Paulo Câmara participaram no município de Valente do workshop “Cadeia Produtiva do Sisal – fibras naturais em tempos de sustentabilidade”, quando foi apresentado o projeto “Desenvolvimento do sisal em base tecnológica, pesquisa, desenvolvimento e inovação”, contendo ações concretas de curto, médio e longo prazo, envolvendo investimentos da ordem de R$ 6.2 milhões.
Entre as medidas concretas anunciadas pelos secretários, estão a aquisição de dois milhões de mudas sadias de sisal, livres da “podridão vermelha”, a implantação de uma biofábrica de mudas de sisal, e o desenvolvimento de uma máquina para desfibrar o sisal, segura e produtiva. “Estamos buscando soluções definitivas. Não queremos paliativos”, disse o secretário Eduardo Salles, relatando que “os problemas do sisal nós já conhecemos. Agora é a hora de olharmos o futuro e desenvolvermos ações que garantam a sustentabilidade da região do sisal”. De acordo com ele, “essa é a missão que eu o secretário Paulo Câmara recebemos do governador Jaques Wagner, e as secretarias que dirigimos estão trabalhando juntas para mudar a realidade de toda essa região”.
O workshop, realizado no auditório da auditório da Associação dos Pequenos Agricultores do Estado da Bahia (Apaeb) em Valente, reuniu técnicos e pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); da Secretaria da Agricultura, através da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab); Agência Brasileira de Promoção da Exportação (Apex); Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Cenargen; Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), dentre outras instituições, para discutir o futuro da cadeia produtiva do sisal.
A programação do workshop prossegue nesta quarta-feira (22) com visita técnica a uma batedeira de sisal e área de produção em Tiquara, distrito de Campo Formoso.

Geração de renda
O secretário Paulo Câmara explicou que o projeto apresentado tem o objetivo de apoiar e financiar pesquisas para o desenvolvimento de processos, novos produtos e modelos de gestão destinados a agregar valor à cadeia produtiva do sisal, promovendo a distribuição de renda. Entre as metas relacionadas por Câmara estão a implantação de uma biofábrica, em parceira com a UFRB, para produção de espécies resistentes à podridão vermelha, híbridos, agrave tequilana e agaves mezcaleiras, e a implantação de unidade piloto estacionária de desfribramento da folha de sisal, com separação da mucelagem, suco e bucha do campo.
Outras metas são o desenvolvimento de produtos destinados às indústrias automobilística, da construção civil, eletroeletrônica, moveleira e de fibrocimento; a contratação de consultoria da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) para definir processos de aproveitamento do suco; implantação de unidades para produção de ração animal a partir da mucilagem resultante do desfribamento da folha do sisal, e o desenvolvimento, em parceira com o Sindicato de Fibras (Sindifibras) e Organização das Nações Unidades Para Agricultura e Alimentação (FAO), de uma planta piloto para a produção de fungicidas de uso humano e vegetal, e de bioinseticidas.
Responsável por mais de 95% da produção nacional, a cadeia do sisal está presente em 66 dos 265 municípios do semiárido baiano, onde se concentra população superior a 1,5 milhão de pessoas. Destas, cerca de 700 mil participam diretamente da cadeia.


Ascom Seagri

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