A sadia arte de ler quadrinhos

Por: Victor Pinto*
Não canso de ler quadrinhos. Muitos acreditam ser uma atitude meramente infantil, mas não, é um vício de adolescência. Foi nas revistas da Turma da Mônica de Maurício de Souza que tomei gosto e mergulhei no universo da leitura e comecei alimentar a minha mente, a arma mais poderosa do homem desde o processo de humanização. “De grão em grão enchia o papo”, ia à antiga e única banca de Conceição do Coité, CDKM (hoje Banca Cultural), todo mês, e comprava meus gibis. Tenho todos guardados.
Foram dos quadrinhos inocentes que comecei a criar bagagem para partir para as tirinhas de jornais mais inteligentes, para admirar e analisar charges, ler revistas diversas e mergulhar em livros com linguagens complexas para minha idade. A prática se aprimorara, mas os gibis nunca são esquecidos.
A leitura é importante, mas se você, caro leitor, já chegou até esse parágrafo, entendeu o fio da meada desta história: foram os balões da revistinha de Magali que me despertou o prazer literário, incentivo que tento passar a diante. A edição de um jornal impresso não é meramente “espirrar” notícias pela rua, mas é incentivar a leitura, por mínima que seja.
Hoje, mesmo com 19 anos, paro para ler uma revistinha em quadrinho, esqueço as notícias, as contas a pagar, um livro mais difícil para estudar e vou relaxar minha mente. Dou muita risada com Chico Bento (Maurício de Souza), Tio Patinhas (Walt Disney), Xaxado (Antônio Cedraz)... Considero Ziraldo o pai da maior personagem em quadrinho nacional: O Menino Maluquinho; deixo para o argentino Quino a consideração da ala internacional com Mafalda. Críticas sociais e políticas são sempre bem vindas, como as das charges do cubano Simanca (jornal A Tarde), do baiano Sidney Falcão (jornal da Metrópole) ou das antigas do carioca Henfil, famoso pela Graúna.
Incentivemos os nossos pequeninos, compremos e consumamos mais livros, revistas, artigos, textos. Dizia Monteiro Lobato que um país se faz de homens e livros: corretíssimo. Há certa controvérsia, pois o Estado para se manter precisa do trabalho braçal, não só do intelectual, mas “é mente sã e corpo são”. Difunda e ensine a leitura e escrita, leia e escreva. Cresça!


Victor Pinto, 19 anos, é estudante de jornalismo da UFBA, estagiário do Política Livre e diretor do jornal Correio do Mês de C. do Coité.
   

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