Atendendo ao requerimento apresentado pelo deputado estadual Tom Araújo (DEM), aconteceu na manhã de quinta-feira (12), no Centro Cultural Ana Rios, na cidade de Conceição do Coité, a primeira audiência pública nesta legislatura, realizada pela Comissão da Agricultura e Politica Rural da Assembleia Legislativa do Estado. Contando com a presença dos deputados Joacy Dourado (PT), Luizinho Sobral (PTN), Coronel Gilberto Santana (PTN), Herbert Barbosa (DEM) e Tom Araújo (DEM), a audiência foi presidida pelo deputado Temóteo Brito (PMDB). “As audiências públicas externas acontecem com foco na promoção do diálogo sobre temas de interesse do estado”, justificou Brito.
O deputado Tom, manifestou sua preocupação com a baixa produtividade brasileira na produção do sisal, em detrimento da africana. Segundo o parlamentar, isso acontece porque no continente africano foi desenvolvida uma máquina que retira a palha e a fibra do sisal de forma mais eficiente. “Isso aumenta muito a qualidade e diminui a incidência de mutilações de membros dos agricultores. Hoje a nossa produtividade do sisal é muito baixa”, disse ele, lembrando ser esta a principal cultura do semiárido baiano onde vive mais de quinhentas mil pessoas.
Para o parlamentar, o mercado é cativo da fibra existente e não pode deixar acabar os campos. “É grande o sofrimento do homem do campo e está realidade tem que acabar”, externou o parlamentar.
Membros de uma família exportadora de sisal, Tom disse que a luta na defesa do sisal é de todos e deve ser suprapartidária e o momento é de união. “Não estou aqui por uma questão de família e tão pouco para fazer uma política partidária. O problema é muito grave e todos nós temos que encampar esta luta”, desabafou.
O democrata finalizou o pronunciamento lembrando que o ex-governador deixou locado três milhões de reais na Secretaria de Ciências, Tecnologia e Inovação, através do BIRD e já se passaram quatro anos e este dinheiro, que tinha o objetivo de ser utilizado nas pesquisas, está parado. “Se passaram três secretários desde que Paulo Souto saiu do governo e ninguém usou para nada”, disse Araújo.
Presidente do SINDIFIBRAS confirmou – “O dinheiro está dormindo na Secretaria de Ciência e Tecnologia”, confirmou Wilson Andrade, presidente do SINDIFIBRAS. Ele também falou que o governo tem apenas quinze meses para usar o dinheiro, se não terá que devolver.
Wilson destacou em seu pronunciamento os caminhos e os responsáveis para resolver os problemas do sisal, enumerando em seis pontos, dentre eles, a necessidade de criar uma máquina urgente que tenha segurança e aumente a produtividade. “Até o momento não há uma máquina que atenda as necessidades. Esta maquina que terá que ser criada urgente, tem que ser itinerante”, disse Andrade.
“Chega de o governo gastar dinheiro antecipado. Estão dando dinheiro antes de apresentarem a máquina ideal. Assim não vale. Criem a máquina e governo compre a patente. O sisal tem futuro, precisamos apenas corrigir o caminho”, finalizou o presidente da SINDIFIBRAS.
Os problemas do sisal vêm de décadas – De acordo com Misael Ferreira, presidente da Associação dos Produtores de Sisal da Bahia, esta luta para encontrar uma solução para a cultura do sisal é antiga. Quando candidato a deputado em 1986, já falava nos palanques da necessidade de novas tecnologias na sua produção. “Fiz diversos discursos na tribuna da Assembleia, estive em 2007 com o Ministro Institucional em Brasília. Em 2010, entreguei um documento ao Governador Jaques Wagner quando ele esteve em Coité e até agora, nada. Ninguém fez nada pelo sisal”, desabafou Ferreira.
O exportador Mauricio Araújo reconheceu que a audiência pública aconteceu em um bom momento, pois a classe esta se organizando com a criação da Câmara setorial, a mobilização para criação da subcamada e os passos que estão sendo dados para a câmara a nível federal. “90% da fibra do sisal é para exportação e o dólar tem caído e isto contribui com a crise”, falou.
Mauricinho como é conhecido, disse também que no final de 2010, inicio 2011, três indústrias de sisal foram fechadas e finalizou lembrando que está sobrando planta de sisal, porém é impossível aumentar a produção, pois não há mão de obra.
O produtor Raimundo Emídio dos Santos, disse ao CN que a máquina de desfibrar é problema mais sério da cadeia produtiva do sisal. “Tô com fé que agora vai dar certo”, falou Raimundo, acreditando que os deputados vão encampar a bandeira defesa do sisal.
O prefeito de Conceição do Coité Renato Souza que ganhou projeção na vida pública como secretário de agricultura do muncicípio, vice-prefeito e secretário da mesma pasta, disse que não ha mais tempo para discutir a problemática do sisal, “é preciso que coloquemos em prática tudo que ja foi discutido há dácadas, o que me preocupa é continuar em decadência e acontecer o que aconteceu com outros produtos, a exemplo do cacau no Sul da Bahia” disse o prefeito.
Souza disse que o que estiver ao alcance do município para salvar o sisal ele irá contribuir.
Presença do governo – O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmara falou durante o evento que o governo do estado, de 2005 até hoje, já financiou 45 projetos para melhoria do trabalho no sisal. “O sisal tem futuro e não há limite para sua utilização”, garantiu Câmara.
Ele anunciou que vai reunir técnicos das universidades, do Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cintec) e dos setores ligados ao sisal para analisar os equipamentos existentes e optar pelo tipo de máquina desfibradora que seja capaz de aproveitar 100% do potencial do sisal. Atualmente, somente 4% do produto são aproveitados.
O secretário da agricultura, Edmundo Salles foi representado pelo superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da SEAGRI, Raimundo Sampaio. Ele apresentou as políticas públicas que estão sendo desenvolvidas pela Secretaria da Agricultura para o fortalecimento da cultura do sisal. Confirmou que técnicos da EBDA e da ADAB estão realizando um mutirão na região com os produtores que utilizam o PEP e verificaram que a produtividade é de 2.216 quilos por hectare. Ele disse que a SEAGRI já informou oficialmente a Conab, solicitando que com base neste novo dado seja ampliada a cota do PEP para o sisal.
Sampaio comunicou também que na próxima semana será realizada, em Conceição do Coité, uma oficina técnica com a participação de técnicos dos órgãos públicos e privados, produtores e representantes do Banco do Nordeste do Brasil e do Banco do Brasil, para debater as questões de custeio e atualizar o sistema de produção. “Para aumentar a produtividade, é preciso fazer a limpeza da área e dar trato cultural, e para isso o produtor necessita de financiamento para custeio”, explicou Sampaio.
Sampaio confirmou ainda que a SEAGRI e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação estão agilizando a criação de uma Biofábrica de Sisal, em local a ser definido, com o objetivo de produzir mudas sadias e distribuir com os agricultores familiares. A iniciativa tem o objetivo de combater a podridão vermelha, principal doença que ataca a cultura do sisal.
Novas pesquisas para uso do sisal – O Instituto Brasileiro de Fibras Naturais, Ibrafibras, está desenvolvendo um projeto, em parceria com a Petrobras Biocombustível e o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Universidade Estadual da Bahia, Ceped/Uneb, para implantar na Bahia uma planta piloto de extração de bio-óleo a partir dos resíduos do sisal. A informação foi prestada pelo diretor superintendente do Ibrafibras, Fábio Teixeira, durante audiência pública.
Recorde de presença – Com a capacidade máxima de 400 pessoas sentadas, o auditório do Centro Cultural ficou pequeno para os 570 participantes que assinaram a lista de presença. Segundo a coordenação, estiveram presentes 16 chefes de escritório das EBDAs da região do sisal, além de representantes dos escritórios de Senhor do Bonfim e Jacobina. Foram registradas as presenças de quatro prefeitos, 40 vereadores, 11 secretários municipais de agriculturas, produtores, líderes comunitários, trabalhadores e exportadores representantes de 20 municípios.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas da Calila Noticias
Presidente da Comissão – Temoteo Britto
Segundo o presidente da Comissão, o evento teve o objetivo de buscar alternativas para a problemática do sisal. Ele disse também que o problema vem sendo debatido nas reuniões da Comissão e que o deputado Tom Araújo, que tem a região sisaleira como base principal, tem sido um defensor do sisal, tendo inclusive lutado para a realização desta audiência em Conceição do Coité.O deputado Tom, manifestou sua preocupação com a baixa produtividade brasileira na produção do sisal, em detrimento da africana. Segundo o parlamentar, isso acontece porque no continente africano foi desenvolvida uma máquina que retira a palha e a fibra do sisal de forma mais eficiente. “Isso aumenta muito a qualidade e diminui a incidência de mutilações de membros dos agricultores. Hoje a nossa produtividade do sisal é muito baixa”, disse ele, lembrando ser esta a principal cultura do semiárido baiano onde vive mais de quinhentas mil pessoas.
Para o parlamentar, o mercado é cativo da fibra existente e não pode deixar acabar os campos. “É grande o sofrimento do homem do campo e está realidade tem que acabar”, externou o parlamentar.
Membros de uma família exportadora de sisal, Tom disse que a luta na defesa do sisal é de todos e deve ser suprapartidária e o momento é de união. “Não estou aqui por uma questão de família e tão pouco para fazer uma política partidária. O problema é muito grave e todos nós temos que encampar esta luta”, desabafou.
O democrata finalizou o pronunciamento lembrando que o ex-governador deixou locado três milhões de reais na Secretaria de Ciências, Tecnologia e Inovação, através do BIRD e já se passaram quatro anos e este dinheiro, que tinha o objetivo de ser utilizado nas pesquisas, está parado. “Se passaram três secretários desde que Paulo Souto saiu do governo e ninguém usou para nada”, disse Araújo.
Presidente do SINDIFIBRAS confirmou – “O dinheiro está dormindo na Secretaria de Ciência e Tecnologia”, confirmou Wilson Andrade, presidente do SINDIFIBRAS. Ele também falou que o governo tem apenas quinze meses para usar o dinheiro, se não terá que devolver.
Wilson destacou em seu pronunciamento os caminhos e os responsáveis para resolver os problemas do sisal, enumerando em seis pontos, dentre eles, a necessidade de criar uma máquina urgente que tenha segurança e aumente a produtividade. “Até o momento não há uma máquina que atenda as necessidades. Esta maquina que terá que ser criada urgente, tem que ser itinerante”, disse Andrade.
“Chega de o governo gastar dinheiro antecipado. Estão dando dinheiro antes de apresentarem a máquina ideal. Assim não vale. Criem a máquina e governo compre a patente. O sisal tem futuro, precisamos apenas corrigir o caminho”, finalizou o presidente da SINDIFIBRAS.
Os problemas do sisal vêm de décadas – De acordo com Misael Ferreira, presidente da Associação dos Produtores de Sisal da Bahia, esta luta para encontrar uma solução para a cultura do sisal é antiga. Quando candidato a deputado em 1986, já falava nos palanques da necessidade de novas tecnologias na sua produção. “Fiz diversos discursos na tribuna da Assembleia, estive em 2007 com o Ministro Institucional em Brasília. Em 2010, entreguei um documento ao Governador Jaques Wagner quando ele esteve em Coité e até agora, nada. Ninguém fez nada pelo sisal”, desabafou Ferreira.
O exportador Mauricio Araújo reconheceu que a audiência pública aconteceu em um bom momento, pois a classe esta se organizando com a criação da Câmara setorial, a mobilização para criação da subcamada e os passos que estão sendo dados para a câmara a nível federal. “90% da fibra do sisal é para exportação e o dólar tem caído e isto contribui com a crise”, falou.
Mauricinho como é conhecido, disse também que no final de 2010, inicio 2011, três indústrias de sisal foram fechadas e finalizou lembrando que está sobrando planta de sisal, porém é impossível aumentar a produção, pois não há mão de obra.
O produtor Raimundo Emídio dos Santos, disse ao CN que a máquina de desfibrar é problema mais sério da cadeia produtiva do sisal. “Tô com fé que agora vai dar certo”, falou Raimundo, acreditando que os deputados vão encampar a bandeira defesa do sisal.
O prefeito de Conceição do Coité Renato Souza que ganhou projeção na vida pública como secretário de agricultura do muncicípio, vice-prefeito e secretário da mesma pasta, disse que não ha mais tempo para discutir a problemática do sisal, “é preciso que coloquemos em prática tudo que ja foi discutido há dácadas, o que me preocupa é continuar em decadência e acontecer o que aconteceu com outros produtos, a exemplo do cacau no Sul da Bahia” disse o prefeito.
Souza disse que o que estiver ao alcance do município para salvar o sisal ele irá contribuir.
Presença do governo – O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmara falou durante o evento que o governo do estado, de 2005 até hoje, já financiou 45 projetos para melhoria do trabalho no sisal. “O sisal tem futuro e não há limite para sua utilização”, garantiu Câmara.
Ele anunciou que vai reunir técnicos das universidades, do Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cintec) e dos setores ligados ao sisal para analisar os equipamentos existentes e optar pelo tipo de máquina desfibradora que seja capaz de aproveitar 100% do potencial do sisal. Atualmente, somente 4% do produto são aproveitados.
O secretário da agricultura, Edmundo Salles foi representado pelo superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da SEAGRI, Raimundo Sampaio. Ele apresentou as políticas públicas que estão sendo desenvolvidas pela Secretaria da Agricultura para o fortalecimento da cultura do sisal. Confirmou que técnicos da EBDA e da ADAB estão realizando um mutirão na região com os produtores que utilizam o PEP e verificaram que a produtividade é de 2.216 quilos por hectare. Ele disse que a SEAGRI já informou oficialmente a Conab, solicitando que com base neste novo dado seja ampliada a cota do PEP para o sisal.
Sampaio comunicou também que na próxima semana será realizada, em Conceição do Coité, uma oficina técnica com a participação de técnicos dos órgãos públicos e privados, produtores e representantes do Banco do Nordeste do Brasil e do Banco do Brasil, para debater as questões de custeio e atualizar o sistema de produção. “Para aumentar a produtividade, é preciso fazer a limpeza da área e dar trato cultural, e para isso o produtor necessita de financiamento para custeio”, explicou Sampaio.
Sampaio confirmou ainda que a SEAGRI e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação estão agilizando a criação de uma Biofábrica de Sisal, em local a ser definido, com o objetivo de produzir mudas sadias e distribuir com os agricultores familiares. A iniciativa tem o objetivo de combater a podridão vermelha, principal doença que ataca a cultura do sisal.
Novas pesquisas para uso do sisal – O Instituto Brasileiro de Fibras Naturais, Ibrafibras, está desenvolvendo um projeto, em parceria com a Petrobras Biocombustível e o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Universidade Estadual da Bahia, Ceped/Uneb, para implantar na Bahia uma planta piloto de extração de bio-óleo a partir dos resíduos do sisal. A informação foi prestada pelo diretor superintendente do Ibrafibras, Fábio Teixeira, durante audiência pública.
Recorde de presença – Com a capacidade máxima de 400 pessoas sentadas, o auditório do Centro Cultural ficou pequeno para os 570 participantes que assinaram a lista de presença. Segundo a coordenação, estiveram presentes 16 chefes de escritório das EBDAs da região do sisal, além de representantes dos escritórios de Senhor do Bonfim e Jacobina. Foram registradas as presenças de quatro prefeitos, 40 vereadores, 11 secretários municipais de agriculturas, produtores, líderes comunitários, trabalhadores e exportadores representantes de 20 municípios.
Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas da Calila Noticias
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