Engenheira Ambiental de Coité que mostrou os erros do prefeito Renato ao CQC quebra o silêncio


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Deu trabalho, mas depois de muito esforço o SELIGASISAL conseguiu localizar Juliana Boaventura, a Engenheira Ambiental que causou um terremoto em Conceição do Coité na semana passada junto com o pessoal do CQC da Band.
Nas redes sociais e nas ruas da cidade as opiniões se dividem principalmente pelo fato de nem todo mundo ter entendido o processo que envolve o matadouro e o açude. Escolhemos 5 perguntas e pedimos a Juliana que nos explique a verdade:
1. Se Liga Sisal: Qual é a etapa do procedimento de abate de bois no Matadouro de Coité que você como Engenheira Ambiental considera o mais crítico?
Juliana Boaventura: Todo o procedimento de abate está em desacordo com as normas técnicas, mas é sem dúvidas a do tratamento das vísceras a pior. Pode-se observar nesta etapa onde a falta de higiene está mais presente, pois ao serem retiradas dos animais as vísceras comestíveis (tripas, estômago, rins) são conduzidas em bacias de borracha feitas com pneus de automóveis para uma sala comum sem estrutura adequada para o recebimento desse material. Em seguida são levadas para a parte externa do matadouro onde são escaldadas em grandes caldeirões improvisados, semelhantes a latas de tintas ou outros produtos químicos. Não entendo como a população coiteense aceita isso, afinal a carne vai para nossas mesas.
2. Se Liga Sisal: No seu projeto observamos que existe uma exigência técnica de que todo animal deve ser banhado e permanecer em jejum entre 16 e 24 horas antes do abate…
Juliana Boaventura: Sim, cada animal deve ser higienizado a fim de eliminar agentes transmissores de doenças, além dos resíduos como saliva, vômitos, urina e fezes. E é fundamental que se respeite esse período de 16 a 24 horas para aliviar a tensão do animal, diminuir o volume estomacal, reduzir o stress e principalmente para eliminar as toxinas, evitando assim a contaminação da carne por ovos de vermes e bactérias. No abate bovino municipal esses procedimentos corretos não acontecem.
3. Se Liga Sisal: O processo de atordoamento dos bois é certo?
Juliana Boaventura: Não, o uso da pistola de ar comprimido é a maneira certa de abater bois e estar de acordo com as normas técnicas. Já aqui no abatedouro de Coité o utensílio utilizado nesta ação é uma marreta comum de ferro com cabo de madeira, com aproximadamente 5 kg e se o animal não morrer na primeira batida, esta se repete inúmeras vezes.
4. Se Liga Sisal: Qual é a sua opinião sobre o veículo que faz o transporte da carne?
Juliana Boaventura: Toda População Coiteense sabe que é um ex-carro de coleta de lixo que foi adaptado e que este se encontra em estado critico de conservação, inclusive não há refrigeração e assim as carnes são transportadas in natura até os pontos de venda, colocando em risco a saúde da população.
5. Se Liga Sisal: O que a equipe do CQC falou sobre o matadouro de Coité e sobre as pessoas que trabalham lá?
Juliana Boaventura: O que eles diziam o tempo todo era que todas as atividades executadas no matadouro contribuem de forma direta para a degradação ambiental e em conseqüência desta atividade irresponsável sérios danos a saúde publica devem acontecer. Quanto aos trabalhadores, é preciso deixar bem claro, que não há o interesse de tirar o emprego de ninguém, muito pelo contrário, há sim uma preocupação de solucionar os problemas e dar melhores condições de trabalho para todos.
Após esta explicação Juliana Boaventura contextualizou os Problemas Ambientais de Coité e falou da sua opinião sobre os principais problemas ambientais e de saúde pública que estão incomodando e preocupando a população do Município de Conceição do Coité. Entre eles são:
* Árvores centenárias sendo derrubadas para fazerem praças;
* Lixo sendo disposto a céu aberto (um meio favorável para transmissões de doenças);
* Alimentação com carne e hortaliças contaminadas por ovos de vermes e bactérias;
* Usos primários, secundários da água do Açude Itaurandi (poluída e contaminada);
“Esses problemas refletem diretamente na qualidade de vida de forma direta e indireta. Gestão, saúde e saneamento estão todos associados. Os problemas apresentados mostram que não existe em Coité uma gestão competente, comprometida e adequados na área de saneamento e, sendo assim, não há saúde, proliferam doenças e se coloca em risco a vida da população“, encerrou Juliana..
*Juliana Boaventura é formada pela UNIT e Pós-Graduada em Sistemas de Gestão da Qualidade – Saúde e Meio Ambiente pela UNIFACS.

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