Serrinha: Radialista é roubado, faz apelo na rádio e tem objetos devolvidos

Um radialista teve a casa assaltada na zona rural de Serrinha e em vez de procurar a polícia para prestar uma queixa formal, resolveu apelar para a "sensibilidade" do criminoso. Manoel Damasceno, que apresenta o programa “BR Brasil” na Rádio Continental aos sábados, conta que fez um apelo e chegou a chorar ao vivo para ter seus eletrodomésticos devolvidos pelo assaltante.

A história vem tomando conta das rodas de conversa ente os moradores da cidade e virou tema de reportagem na Rede Bahia e no site das organizações Globo g1.

O roubo aconteceu em 29 de setembro, no povoado do Cajuzeiro, zona rural do município. Manoel Damasceno conta que chegava em casa quando encontrou um buraco na parede e alguns tijolos no chão. Foi assim que o criminoso conseguiu entrar na residência e levar uma televisão, um rádio de pilha, um liquidificador, uma serra elétrica e até chaves de fenda. "Foi um susto entrar em casa e ver que tinham levado a maioria dos meus objetos. Eu ainda estava pagando muitas coisas que ele levou", diz o radialista. Passado o susto, Damasceno rir lembrando da chamada usada para anunciar o roubo na rádio: "Casa de radialista é roubada. Levaram até o que não tem", falava o locutor.

A idéia de fazer um apelo na rádio foi do amigo José Ferraz, que apresenta um programa diário na Rádio Jacuípe. "Nós começamos falando que Damasceno é um cara bom, pobre, que precisava das suas coisas, que as prestações ainda estavam sendo pagas. Contamos que o horário dele na rádio é comprado e que ele não recebe pelo trabalho, na tentativa de sensibilizar o ladrão," conta.

Damasceno explica que não quis prestar uma queixa na delegacia e deu o caso como encerrado, apesar do apelo feito no programa de rádio. No entanto, para sua surpresa, na manhã do dia seguinte, todos os pertences levados estavam em frente ao buraco feito na casa. "Deixaram tudo, até as chaves de fenda", conta Damasceno.

Como o caso não foi apresentado à delegacia, a polícia não poderá buscar os responsáveis pelo crime. Segundo a vítima, ele prefere assim. "Quem foi já devolveu as coisas, agora é hora de comemorar o fato inédito e torcer para que não aconteça de novo", diz.