São Domingos: investigador de Polícia e vigilante são denunciados por morte de preso

Segundo o promotor de Justiça, inquérito policial relata que, na madrugada do dia 5 de julho, os agentes públicos submeteram o pedreiro a uma série de agressões
Indicados como responsáveis pela morte do pedreiro Sidinei de Santana Rocha, ocorrida na carceragem da Delegacia do município de São Domingos, no último dia 5 de julho, o investigador da Polícia Civil Marcelo Silva Souza e o vigilante José Roberto Martins dos Santos foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Estadual. No documento, o promotor de Justiça Thomás Brito acusa o policial e o vigilante de prática de homicídio triplamente qualificado: por motivo fútil, emprego de meio cruel e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, crime pelo qual podem pegar de 12 a 30 anos de reclusão.
Segundo o promotor de Justiça, inquérito policial relata que, na madrugada do dia 5 de julho, os agentes públicos submeteram o pedreiro a uma série de agressões. Os espancamentos, afirma Thomás Brito, acabaram causando a morte de Sidinei, que apanhou sem oferecer nenhuma resistência, visto que estava todo tempo algemado. De acordo com o que consta no inquérito, tudo começou na madrugada do dia 5, quando José Roberto e Sidinei Rocha se desentenderam. O pedreiro teria desacatado o vigilante, chegando a arremessar uma pedra contra o carro deste.
José Roberto então contactou Marcelo Souza e, minutos depois, os dois foram até a residência de Sidinei, onde fizeram uma abordagem “violenta”. Segundo as informações da Polícia, o pedreiro foi inicialmente jogado no chão e contra ele foram desferidos pontapés. Em seguida, a vítima foi algemada e conduzida à Delegacia. Ele foi “literalmente arrastado pelos denunciados, já que, por conta das agressões sofridas, não conseguia ficar em pé e caminhar”, destaca o promotor de Justiça, assinalando que, no caminho, o policial e o vigilante desferiram mais chutes e socos na vítima, que, ao chegar à Delegacia foi colocada sentada, mas, bastante lesionada, não conseguiu se manter sentada e deitou. Nesse momento, o pedreiro recebeu mais chutes na região do tórax, barriga e costelas, chegando os denunciados a chutarem também o seu rosto, constata o inquérito, relatando ainda que Sidinei foi arrastado para o interior da Delegacia e, lá, Marcelo Souza continuou a chutá-lo no tórax e costelas. Depois das agressões, ele foi levado a uma cela, local onde, no período da manhã, acabou falecendo.

Fonte: MP

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