O prefeito ACM Neto (DEM) declarou, na manhã desta quarta-feira (19), que não cria obstáculos para que o governo federal, do qual é aliado, libere recursos para a Bahia, estado governado por Rui Costa (PT). No entanto, posteriormente, o site Metro1 trouxe informações passadas pelo senador Otto Alencar (PSD), dando conta de que o democrata teria participado de uma articulação para que o Palácio do Planalto não liberasse o crédito do Banco do Brasil que estava autorizado para o estado da Bahia.
Alencar contou que foi informado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meireles, de que o empréstimo foi suspenso por ordens superiores.
O caso gerou uma discussão entre os deputados federais Paulo Azi (DEM) e Afonso Florence (PT). O parlamentar democrata, correligionário de ACM Neto, afirma que o senador Otto Alencar, ao informar que o governo Temer desistiu de liberar recursos para a Bahia após ordens superiores, estaria com “discurso raivoso” atrapalhando o "diálogo com o governo".
“Eu quero lamentar as declarações do senador Otto Alencar, aliás, quem o conhece, tem estranhado o estilo agressivo adotado por ele nos últimos tempos. Nós do Democratas, ao contrário do que foi dito, estamos à disposição dele e do governador Rui Costa para ajudá-los a viabilizar as operações necessárias junto ao governo federal. Agora, se algo está a atrapalhando o diálogo com o governo federal, é justamente o discurso raivoso e muitas vezes desrespeitoso com que eles se referem ao presidente da República, Michel Temer”, criticou Azi.
Para Paulo Azi, quem tentou "durante muito tempo" boicotar a gestão do prefeito ACM Neto foi o PT. “Quem entende de perseguição é o PT da Bahia, que nos três primeiros anos da gestão do prefeito ACM Neto, quando Dilma era presidente, não permitiu que a prefeitura de Salvador assinasse um único convênio com o governo federal”, lembrou.
Florence reagiu às declarações do adversário e disse que, ao criticar o Partido dos Trabalhadores, o deputado democrata “cospe para cima e o cuspe cai na própria cara".
O parlamentar petista também afirmou que Azi ataca o PT "porque tem que desviar a atenção do prefeito de Salvador, que foi delatado pela Odebrecht no escândalo da obra da Barra". “Ali, supostamente, teria sido paga uma propina antes mesmo de iniciada a obra que teria sido direcionada e superfaturada”, disparou.
Segundo Florence, a intenção de Azi de desviar a atenção de Neto se justifica por causa da parceria dele com Eduardo Cunha, Geddel e Temer, que além de "golpearem a democracia, querem fazer a reforma trabalhista e da Previdência". "ACM Neto posa de mocinho, mas é inimigo do povo", atacou o petista.
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