A coordenação política do governo Rui Costa trabalha contra o tempo para organizar os novos ocupantes de sete secretarias que precisam deixar os cargos para disputar as eleições. Além deles, Maria Quitéria (PSB) deixará a presidência da Fundação Luís Eduardo Magalhães. Por enquanto não há “martelo batido” para nenhuma das cadeiras que ficarão vagas até o início de abril.
Na secretaria estadual de Agricultura, se especula que Andréa Mendonça, atual chefe de gabinete da pasta, será a substituta de Vitor Bonfim. Vitor disputará a reeleição a deputado estadual. Embora ambos sejam do PDT e a ex-secretária de Ciência e Tecnologia tenha a preferência de seu irmão, deputado federal Félix Júnior, presidente estadual do partido, há ainda uma tentativa do clã Bonfim – Vitor e João Bonfim (conselheiro do Tribunal de Contas do Estado) – de colocar Guilherme Bonfim, irmão de Vitor e filho de João, no cargo.
A disputa interna no PDT não é vista com bons olhos por interlocutores do Palácio de Ondina. Conforme relatos ao GPB, nenhum dos dois prováveis candidatos inspiram confiança. As razões para os olhares pouco entusiasmados são distintas e conhecidas no meio político.
A secretária de Ciência e Tecnologia também deixará de ser comandada por um Mendonça. Vivaldo Mendonça (PSB) disputará uma cadeira no Legislativo estadual. Para o seu lugar, o nome especulado é o de Rodrigo Hita, quadro jovem do PSB que chegou a cogitar a possibilidade de disputar a eleição, mas cumprirá agenda partidária.
Entre petistas
A saída de Josias Gomes da Secretaria de Relações Institucionais colocou em discussão dois nomes dentro do PT. Jerônimo Rodrigues – atual secretário de Desenvolvimento Rural – era o nome favorito para assumir a articulação politica. Foi indicado pela corrente Democracia Socialista (DS) para a pasta, mas tem trânsito livre com as tendências petistas.
Jerônimo chegou a ser cogitado para disputar um cargo eletivo, contava com o apoio de setores do partido e de associações rurais, mas foi posto em outra tarefa dentro legenda e como se sabe: petista cumpre missão. Neste sentido, é um nome forte para assumir a articulação. O segundo nome é o do chefe de gabinete de Rui Costa, Cícero Monteiro, que conta com a simpatia de Jaques Wagner para assumir o cargo. É um cabo “eleitoral” que não pode ser ignorado.
Até o final de semana os petistas pretendem resolver as próprias situações. A Secretaria de Justiça, dirigida por Carlos Martins, ainda não tem um nome para coordenar os trabalhos no período pós-desincompatibilização. Na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), há uma discussão para que um deputado que não disputará a eleição seja indicado. Desta forma, Angelo Almeida, ex-PT e atual PSB, ficará no mandato. Gika Lopes e Luiza Maia são exemplos de parlamentares que abriram mão de disputar a reeleição.
Para o lugar do ex-governador Jaques Wagner, na secretaria de Desenvolvimento Econômico, a solução deve ser caseira e técnica. Ainda não há um nome para controlar a pasta responsável pela interlocução com os empresários.
Da mesma forma, a secretaria do Planejamento não deve entrar na conta de compensação política para eleição. João Leão deve ser substituído por alguém da própria estrutura, conforme apurado por este site.
Os comunistas serão responsáveis por indicar o substituto de Olívia Santana na Secretaria de Trabalho. A decisão, de acordo com uma fonte do GPB, já foi tomada. Se trata do chefe de gabinete Vicente Neto. Agora, resta o aval de Rui Costa, que deve anunciar em um pacote só as mudanças.
Ainda sem decidir os rumos, dois secretários esticam a corda até o limite do prazo de desincompatibilização. Walter Pinheiro não se filiou a nenhum partido até o momento. Comenta-se que o PDT abriu as portas para o senador licenciado, que dirige a secretária de Educação, mas o que nos bastidores é dado como certo é a disposição dele ser candidato em 2020 a prefeitura de Salvador.
Neste sentido, Pinheiro precisa conversar com Roberto Muniz (PP), suplente que está no mandato no Senado, para que o pepista continue. Muniz já deixou claro que não quer continuar no cargo político.
Outro caso é o da secretária de Desenvolvimento Urbano, Jusmari Oliveira (PSD). Tendo ela recebido diversos afagos do governador Rui Costa, a ex-prefeita de Barreiras não sabe se será candidata a deputada estadual ou federal, ou se será ou poderá juridicamente, se candidatar.
O fato é que Rui Costa chegou a convocar uma reunião do conselho político para o início desta semana. Contudo, percebeu ou foi informado pelos mais próximos de que seria contraproducente realizar uma reunião geral com os aliados antes de dialogar individualmente com cada força política que compõe o seu agrupamento.
A reunião foi desmarcada e a estratégia que começou a ser executada é a de conversa particularmente para depois projetar a coletiva. O PCdoB já esteve com o governador. Restam agora os outros. Vale ressaltar que o PT tem diversos núcleos demandando encontros “solos” com Rui.
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