Mãe mostra lista com relação de pagamento do combustível (Foto: Reprodução/TV São Francisco) |
Segundo motoristas do transporte, prefeitura não tem pago pelo serviço deles.
Situação ocorre na zona rural do município de Casa Nova, norte do estado.
Estudantes que moram na zona rural de Casa Nova, no norte do estado, enfrentam dificuldades para ir à escola. Os pais dos alunos estão colocando combustível nos poucos ônibus escolares que ainda circulam. Segundo os motoristas do transporte, a prefeitura não tem pago pelo serviço deles.
A sorte do agricultor Lourival Oliveira é a moto. Ele deixa a filha todos os dias no ônibus. São dois litros de gasolina diariamente, fora os R$ 15 do ônibus, um custo de R$ 65 por semana, e que não estava no orçamento. “Para não perder o ônibus porque já está no fim do ano. Se perder, volta para trás de novo. Aí é o jeito. Deixa de comer para fazer isso”, relata o agricultor.
Os irmãos Paulino e Felipe aguardam mais de uma hora pelo ônibus que leva os dois para a escola, que fica na zona urbana da cidade. A espera, além de cansativa, ocorre sem nenhum conforto.
“A gente chega aqui, mais ou menos uma hora antes do ônibus passar e espera nesse sol quente”, disse o estudante Paulino dos Passos.
Há dois meses o serviço de transporte escolar do município está parado. Os motoristas estão com os salários atrasados e decidiram suspender o trabalho. Os poucos ônibus que ainda fazem o percurso do campo para a cidade só funcionam porque os pais decidiram pagar o combustível.
Há dois meses o serviço de transporte escolar do município está parado. Os motoristas estão com os salários atrasados e decidiram suspender o trabalho. Os poucos ônibus que ainda fazem o percurso do campo para a cidade só funcionam porque os pais decidiram pagar o combustível.
A sorte do agricultor Lourival Oliveira é a moto. Ele deixa a filha todos os dias no ônibus. São dois litros de gasolina diariamente, fora os R$ 15 do ônibus, um custo de R$ 65 por semana, e que não estava no orçamento. “Para não perder o ônibus porque já está no fim do ano. Se perder, volta para trás de novo. Aí é o jeito. Deixa de comer para fazer isso”, relata o agricultor.
“Chegou no limite que não tinha mais como o dono do ônibus botar combustível para ir para Casa Nova. A mãe de um aluno ligou para o dono do ônibus e combinaram para colocar o combustível para transportar os alunos, para que eles não perdessem de ano pelo motivo do transporte”, disse o motorista Antônio dos Santos.
“Chegou no limite que não tinha mais como o dono do ônibus botar combustível para ir para Casa Nova. A mãe de um aluno ligou para o dono do ônibus e combinaram para colocar o combustível para transportar os alunos, para que eles não perdessem de ano pelo motivo do transporte”, disse o motorista Antônio dos Santos.
A mãe de um aluno, Gildete Rocha, mostrou a lista com os nomes e os valores pagos por estudante: R$ 15 reais por semana. Essa foi a solução que ela encontrou para que os filhos não perdessem o ano letivo. “Tem uns que tiram do Bolsa Família, outros dão uma galinha que tem no terreiro para a pessoa pagar o transporte de escola, que é o que está acontecendo. Não era para nós estarmos pagando, porque o governo manda essa verba e essa verba está entrando onde, a verba da educação?”, questiona Gildete.
Mesmo assim o combustível não é suficiente para que os ônibus circulem por todos os pontos de parada. Antes ele passava perto da casa de Djair Barbosa, mas atualmente para bem longe. Ela e as três filhas precisam caminhar mais de dois quilômetros para pegar o transporte. “Elas reclamam demais porque é longe e é cansativo para elas que são pequenas elas andarem esses quilômetros. Não tem outra alternativa”, lamenta.
Mesmo assim o combustível não é suficiente para que os ônibus circulem por todos os pontos de parada. Antes ele passava perto da casa de Djair Barbosa, mas atualmente para bem longe. Ela e as três filhas precisam caminhar mais de dois quilômetros para pegar o transporte. “Elas reclamam demais porque é longe e é cansativo para elas que são pequenas elas andarem esses quilômetros. Não tem outra alternativa”, lamenta.
Dentro do ônibus falta espaço, falta banco. Muitos estudantes viajam em pé. A estudante Maiane Nunes passa mais de uma hora assim. “É muito calor, tem muita gente que passa mal e não aguenta porque vai em pé, porque é muito cheio. Já chego cansada, com vontade de só sentar. Não dá ânimo para estudar”, conta.
O agricultor José Carlos e a filha moram na comunidade de Riacho Grande, que fica que fica a 42 quilômetros de Casa Nova. No caso deles, o transporte escolar não passa por lá e a solução encontrada por seu José Carlos foi levar a filha para a casa da irmã dele, que mora na sede do município. “Desde o início de outubro que o ônibus escolar não baixa mais e aí eu conversei com a minha irmã, perguntei se ela ficava com a minha filha aqui, para terminar o ano letivo que já está perto de terminar, e aí para ela não perder o ano, ela disse que aceitava”, relatou José Carlos.
Josenor Silva, agricultor, não tem parentes em Casa Nova e todo dia vai de moto com as duas filhas em um percurso de mais de 20 quilômetros até a escola onde elas estudam e só vai embora quando a aula termina. São mais de quatro horas de espera. “Não tem outro jeito não, é isso mesmo. Porque eu não tenho casa aqui na rua para deixar as minhas filhas, e deixar elas aqui abandonadas eu não posso, que elas são menores de idade, a responsabilidade é minha e eu tenho que vim nesse sofrimento, gastando muito mesmo”, reclama Josenor.
Em nota, a prefeitura de Casa Nova disse que o transporte escolar continua sendo feito no interior do município normalmente. Disse ainda que o problema mostrado na reportagem se refere a algumas rotas de responsabilidade do governo do estado.
Segundo a prefeitura, os motoristas dessas rotas estão com os salários atrasados há cinco meses por que o governo do estado não está repassando a verba. Já a secretaria de Educação do estado disse, em nota, que o repasse está suspenso por causa da falta de prestação de contas da prefeitura ao programa estadual de transporte escolar.
Em nota, a prefeitura de Casa Nova disse que o transporte escolar continua sendo feito no interior do município normalmente. Disse ainda que o problema mostrado na reportagem se refere a algumas rotas de responsabilidade do governo do estado.
Segundo a prefeitura, os motoristas dessas rotas estão com os salários atrasados há cinco meses por que o governo do estado não está repassando a verba. Já a secretaria de Educação do estado disse, em nota, que o repasse está suspenso por causa da falta de prestação de contas da prefeitura ao programa estadual de transporte escolar.
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