Uma multidão estimada em centenas de milhares de pessoas saiu às ruas de Caracas nesta quarta-feira para se despedir do presidente Hugo Chávez, morto na véspera depois de uma luta de quase dois anos contra um câncer.
Ao som do hino nacional venezuelano, o ataúde castanho contendo os restos mortais do presidente Hugo Chávez deixou no início da tarde o hospital onde ele faleceu e seguiu em direção à Academia Militar onde o corpo seria velado. Mais de quatro horas depois, o cortejo até o local do velório ainda parecia distante do fim.
Ao longo do trajeto, a multidão se aglomerava nas calçadas e tentava se aproximar do carro aberto que transportava o caixão de Chávez, coberto por uma bandeira da Venezuela. Antes do início do cortejo, transmitido ao vivo pela televisão local, os presentes renderam honras na entrada do hospital militar e um padre rezou pelo "eterno descanso" de Chávez, morto aos 58 anos de idade.
À frente do caixão seguia a mãe do falecido presidente, Elena Frías de Chávez, vestida de negro. Ela enxugava as lágrimas com um lenço branco. O presidente da Bolívia, Evo Morales, e o vice-presidente e herdeiro político de Chávez, Nicolás Maduro, seguiram a pé, acompanhados de outros dignitários, o trajeto entre o hospital e a Academia Militar.
Pelo caminho, muitos venezuelanos choravam ou seguiam cabisbaixos, enquanto outros tremulavam bandeiras venezuelanas, salpicavam o caixão com flores e entoavam com vigor palavras de ordem em homenagem ao falecido presidente. "Estou aqui por Chávez. Ele não morreu. Está vivo em nossos corações", disse Maribel Bello, uma estudante universitária entrevista pela televisão estatal. "Ele morreu e viveu por nós. Eu vou viver e morrer por ele."
O comerciante José Luis Perdomo, por sua vez, temia a possibilidade de episódios de violência entre simpatizantes e detratores do polarizador presidente.
Soldados podiam ser vistos pelas ruas da capital, mas não havia notícias de distúrbios. As escolas permanecerão fechadas até a semana que vem e o trânsito fluía tranquilamente pelas normalmente congestionadas ruas e avenidas de Caracas.
Os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, da Bolívia, Evo Morales, e do Uruguai, José Mujica foram os primeiros a chegar à capital venezuelana para os funerais de Chávez. A presidente Dilma Rousseff embarcará amanhã para Caracas, informou hoje o Itamaraty. Em Bogotá, a chancelaria da Colômbia informou que o presidente do país, Juan Manuel Santos, também irá à Venezuela para despedir-se de Chávez. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Agência Estado
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