Oposição torce por Gabrielli

"Por Samuel Celestino"

Entre Lula e José Sérgio Gabrielli há um incontestável relacionamento de amizade, tanto assim é que o secretário de Planejamento de Wagner permaneceu à frente da Petrobras durante sete anos e, nesse período, a estatal oscilou de um bom período para uma posição em que perdeu bilhões de pontos e até se tornou a petrolífera estatal de menor importância no mundo. Os investidores na velha Petro choram lágrimas de óleo diesel e vêm suas aplicações desabarem para a região do pré-sal, hoje muito contestada. Culpam a administração do baiano. Gabrielli é, abertamente, pré-candidato ao governo estadual, abertura que não se vê nos dois outros nomes do partido (Otto Alencar é do PSD): o senador Walter Pinheiro e Rui Costa, o preferido "in pectori" de Jaques Wagner. De outro modo, a presidente Dilma não vai com Gabrielli, guarda dele distância política. O secretário estará amanhã em São Paulo para as comemorações do aniversário do PT. Leva agendada (só por ele) uma conversa com Lula sobre a sua possível candidatura. Se houver tempo e se a conversa puder ser encaixada, vai pedir ajuda ao ex-presidente. Gabrielli joga aberto. Diz que é candidato e ponto final, mas necessita reunir condições. Se Lula disser que vai lutar por ele, bem, a situação na Bahia ganha contornos complicados dentro do PT. O que fará Wagner e o que fará Dilma, candidata à reeleição? Mas há de se compreender que Gabrielli joga seu jogo com as cartas que tem. Assim sempre foi desde que se faz política. De outro modo, se a oposição baiana pudesse interferir nos caminhos do PT, escolheriam o secretário de Planejamento para enfrentar. Natural. Tem uma montanha de documentos e de denúncias para fazer na hora própria, se esta hora chegar. 

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