Tucanos e petistas são os que estão com chances de vencer ou de ter votações expressivas na maior parte das cidades grandes do país.
É o que mostram as pesquisas mais recentes no grupo de municípios que incluem 26 capitais e os 59 com mais de 200 mil eleitores --e por isso podem ter segundo turno.
Esse grupo composto por 85 grandes cidades abriga cerca de 37% dos eleitores do país. Há pesquisas disponíveis em 82 dessas localidades. Nesse universo, o PT tem 37 candidatos competitivos: estão em primeiro lugar ou com chance de ir ao segundo turno. O PSDB tem 31 candidatos nessa situação.
O terceiro colocado nesse ranking é o PMDB (22 candidatos no páreo), seguido pelo PDT (15) e pelo PSB (13). Quando se compara o cenário atual com o de 2008, também na semana final pré-eleição, nota-se que houve pouca mudança na ordem de partidos que lideram a lista de nomes competitivos.
Há duas alterações relevantes. Primeiro, o PSDB se mostra hoje mais bem posicionado do que em 2008. Segundo, o DEM agora está em posição mais frágil, pois cerca de metade de seus potenciais nomes competitivos migraram para o PSD.
No universo das maiores cidades, em 2008, o PT tinha menos do que hoje, 33 candidatos no páreo. Já o PSDB estava com apenas 20 nomes --dez a menos que os atuais. Ao fim da eleição há quatro anos, o PT elegeu 22 prefeitos. O PSDB teve 13 eleitos nesses grandes centros.
Caso-nos de os prognósticos atuais se confirmarem nas urnas amanhã, não ficará comprovada a tese de que o PT estaria sendo expelido dos grandes centros urbanos. Também não se enxerga ainda um crescimento significativo do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, um possível candidato presidencial em 2014.
O PSB tinha nesta época em 2008 apenas seis candidatos competitivos. Venceu em cinco cidades grandes. Hoje, tem 13 nomes no páreo nos centros urbanos. Mesmo que vença em todos, estará ainda bem distante de tucanos e de petistas.
Ainda que PT e PSDB não vençam em todas as cidades nas quais aparecem com chances, as pesquisas até agora mostram que as duas siglas terão muitos votos em municípios importantes, que irradiam opinião pelas suas regiões. Trata-se de patrimônio relevante, pois os votos de hoje indicam a força potencial das legendas em 2014.
O partido que tem sido o campeão em prefeitos eleitos em todo o país é o PMDB. Mas nas grandes cidades essa legenda sofreu durante várias eleições até chegar a 19 prefeitos em 2008. Nas disputas de amanhã, há 22 peemedebistas com chances.
Dispersão partidária
Outro dado a observar: no grupo das 85 cidades mais relevantes há hoje um número maior de partidos com candidatos competitivos em relação a eleições passadas.
São 18 as legendas com chances de eleger prefeitos em capitais ou cidades com mais de 200 mil eleitores. Nunca mais do que 13 partidos tiveram sucesso nessas localidades desde o fim da ditadura militar.
Essa tendência aparece não importa o recorte que se faça. Nas capitais de Estado também ocorre esse fracionamento. Se as urnas confirmarem as pesquisas, o Brasil estará assistindo à consolidação de um quadro de agremiações políticas mais disperso. (Folha de São Paulo).
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