Programa “Encontro com Gabrielli”


São criadas, hoje, na Bahia, 10,7 milhões de cabeças de gado. Destas, 1,8 milhão de vacas são ordenhadas, fazendo do estado o terceiro maior produtor de leite no ranking nacional. A atividade pecuária baiana, com enfoque na criação de gado leiteiro e na produção de leite e derivados, é o tema desta semana do programa Encontro com Gabrielli, que é apresentado pelo economista e secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli. O comentário está disponível para download no endereço www.facebook.com/encontrocomgabrielli.



Apesar do cenário parecer promissor, com uma criação de gado grande, observa Gabrielli, a produtividade é baixa se comparada com a maioria dos estados do país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2009, a Bahia ocupa o 22º lugar, com cada vaca ordenhada produzindo 530 quilos de leite por ano. 


Já no quesito produção de leite, a Bahia fica na sétima posição, com 1,2 bilhão de litros. Contudo, este volume não atende ao seu consumo interno, que é de 1,6 bilhão de litros. A maior parte do rebanho leiteiro baiano está localizado nos municípios de Itamaraju, Itanhém, Guaratinga, Itarantim, Itapetinga, Vitória da Conquista e Itambé.

“Como não conseguimos dar conta da demanda interna, poucas indústrias têm atividade de exportação, vendendo em pequena escala para Minas Gerais, Sergipe e Espírito Santo”, explica o titular da pasta do Planejamento.
SECA - Gabrielli salienta, ainda, que o cenário se complicou este ano em função da seca. “Não choveu e o pasto que alimenta o gado não cresceu. O mesmo aconteceu com o milho, que serve de ração para os animais e passou a ser vendido a preços muito altos, já que a colheita foi prejudicada durante a estiagem”, diz Gabrielli.

O impacto da seca é significativo. Este ano, a produção de leite deve ser reduzida em até 70% e a expectativa é que, em 2013, os números não sejam animadores, porque as vacas não enxertaram pela falta de comida e, com isso, na próxima estação não vão produzir leite.
“Essa situação é, sem dúvida, diferenciada”, observa Gabrielli. Isso porque a produção cresceu 166%, entre 1995 e 2011, dando um salto de 450 milhões de litros de leite por ano para 1,2 bilhão de litros. “Essa trajetória de crescimento é consequência, principalmente, do aumento no número de novos laticínios particulares, da expansão do rebanho da raça girolando e da implantação de tanques de resfriamento de leite em locais estratégicos”, explica.
LATICÍNIOS - Atualmente, existem na Bahia mais de 190 indústrias e outras 56 em construção. O setor de laticínios, que inclui a produção de derivados, como queijo, iogurte e manteiga, movimenta anualmente cerca de R$ 1,2 bilhão, o que corresponde a pouco mais de 3% do mercado nacional.

No Brasil, o ramo de laticínios teve faturamento de R$ 38 bilhões em 2011, o equivalente a 12% de toda a indústria da alimentação. Gabrielli acrescenta que, no ano passado, houve ainda outro fator: a entrada maior de capital externo na produção dos derivados em todo o país, num montante de R$ 1,75 bilhão.

“Voltando aqui para a Bahia, para continuarmos crescendo e superar os prejuízos climáticos, algumas medidas precisam ser adotadas”, indica o secretário do Planejamento. Entre elas, aponta, está a necessidade de criar reservas volumosas de água e de alimentos com o objetivo de suprir a carência em períodos de estiagem.
“Para melhorar a produtividade, devemos aperfeiçoar o manejo das pastagens e continuar investindo no melhoramento genético do rebanho. Por fim, para sermos autossuficientes, cálculos apontam que é necessário atrair 100 novos laticínios e implantar 1.000 tanques de resfriamento de leite”, finaliza Gabrielli.

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