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Capim Grosso enfrenta êxodo rural por conta da seca


Dona Helena Isaura de Jesus e seu filho Valdinei Ismael dos Santos são exemplos desse problema.
O município de Capim Grosso há quase dois anos vem sofrendo períodos de estiagem, que acaba ocasionando uma grande dor de cabeça principalmente para aqueles que vivem na zona rural e se mantém com o sustento da terra e criação de animais.
O reflexo desse grave problema é o êxodo rural de camponeses que não conseguem sobreviver a esse clima tão extremo e resolvem se mudar para cidade e tentar novas maneiras de sobrevivência.
Um exemplo é o de Dona Helena Isaura de Jesus, 56 anos, que sempre viveu na zona rural de Capim Grosso, em uma roça na localidade de Umburanas, “lá eu cresci, me criei e criei todos os meus filhos”, salientou a lavradora, que está a cerca de um mês morando na sede de Capim Grosso, tendo saído de suas terras por conta da seca.
Dona Helena contou à reportagem da Folha Regional que nunca teve necessidade de sair da sua roça, mas agora a situação se agravou demais, “olha, não tinha água nem pra beber, cozinhar, tomar banho, e também acabou o pasto e água para minha criação, os tanques estão todos secos”, relatou.
A lavradora ainda está tentando cuidar de uma pequena criação de ovelhas que resiste no local, “minhas galinhas morreram tudo, só tenho minha criação por que estou comprando ração, corto palmas, estou tentando até vender, mas ninguém compra”, salientou.
Seu filho Valdinei Ismael dos Santos, 21 anos, que também trabalhava na roça, veio com sua mãe para a cidade e agora está trabalhando como servente.
Dona Helena disse ainda que na região onde está localizada sua propriedade muitos também já deixaram a terra, “o problema é que é terra de barro, esse ano arei duas vezes esperando a chuva e nada”, enfatizando ainda seu desejo, “quando Deus mandar chuva eu volto”.
Em entrevista ao secretário de agricultura Antônio Martinho (Nego), o mesmo informou que o município está há cerca de um ano e sete meses em estado de emergência por conta da seca e agora entrou com uma solicitação a nível federal para facilitar a vinda de recursos, “isso facilita o aumento de carros pipa, perfuração de poços, construções de cisternas e outras ações”, disse o secretário. Informando ainda que além dos 500 caminhões de água para a zona rural liberados pelo governo, através do exército, a prefeitura assinou um documento que viabiliza através de recursos próprios mais 120 carradas, custando mensalmente aos cofres do município cerca de 11 mil reais, “a escolha das famílias que estão sendo beneficiadas foi da forma mais democrática possível”, salientou Nego, que complementou enfatizando o porque dos camponeses capimgrossenses sofrerem muito com as secas, “o maior problema é que não estão organizados para encarar a estiagem”, concluiu.
Fonte: Folha Regional

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