Temperatura sobe e aumenta a pressão durante audiência pública sobre saúde em Coité

O assunto mais comentado foi o panfleto que o PT e PMDB circulou recentemente produzindo uma reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo

O prefeito Renato Souza desabafou na primeira audiência pública que participou
Desde o do dia 03 de junho, quando foi constatada a ausência de programa de higienização do reservatório de água potável, equipamentos sem funcionar por falta de manutenção, não conformidades relativas á estrutura física, mobiliários hospitalar com desgaste, dentre outros os problemas apontados por uma auditoria da Secretaria de Saúde do Estado, resultando no fechamento do Hospital Almir Passos, uma entidade privada de natureza beneficente sem fins lucrativos, mantida pela Santa Casa de Misericórdia e cadastrado no SCNES como hospital geral e prestador de serviço ao SUS, sob gestão estadual, em regime ambulatorial e internação em caráter de urgência e eletivo, nas especialidades de clínica médica, cirurgia e obstetrícia, que começou a “quebra de braço”, entre os principais partidos de oposição, PMDB e PT e o governo municipal, liderados pelos Progressistas (PP), sustentado pelo PSDB, PHS e DEM, com a questão da saúde, provocando circulação de panfletos e troca de acusações.
O último episódio sobre o assunto aconteceu na noite de quarta-feira (14), quando a Câmara de Vereadores, por solicitação do vereador Edvaldo Andrade Evangelista (PT), realizou uma audiência pública e na pauta, a questão da saúde em Conceição do Coité.
Segundo o vereador Edvaldo, a audiência pública estava acontecendo, mas os vereadores da base aliada do governo, que são maioria, não queria que fosse realizada. Para ele, o problema da saúde no município é político, pois o grupo que administra há quarenta anos, conhecido com “os vermelhos”, tiram proveitos das necessidades do povo, para fazer favores, utilizando dos recursos públicos para pagarem taxis, fretar ônibus e até mesmo, “dar ordens” para os veículos oficiais e depois alegarem o que fizeram e veicular o voto em forma de “pagamento de favor”. “Observem que nos últimos trinta anos, quando motoristas de ambulância ou pessoas ligadas a esta área se elegeram vereadores e até mesmo prefeito”, falou o vereador.
“É comum vê vereadores com os bolsos cheios de receitas e exames para pegar a assinatura do prefeito e encaminhar para os eleitores, quando este tipo de atendimento deveria ser da Secretaria de Saúde, desvirtuando o papel do parlamentar, ou seja, do vereador. O que nós queremos é uma saúde para todos e não pelo voto”, continuou Edvaldo Andrade. Ele finalizou denunciando que muitas vezes quando aparece uma pessoa com este tipo de necessidade, funcionários da Secretaria de Saúde orientam a procurar os “cabos eleitorais”.
O vereador Samuel Araújo (PP), discordou do colega e disse que não é problema discutir a saúde na Câmara e se manifestou contra ao falar sobre os transportes das pessoas que necessitam fazer exames em Salvador, pois se trata de cuidar da saúde e cuidar de saúde, é trabalhar pela manutenção da vida. “Parabenizou o prefeito pela boa administração que vem realizando. Quanto à matéria veiculada no Jornal Nacional da rede Globo, Coité apareceu por uma causa justa, pois transportava pessoas que buscavam saúde e não por denúncia de corrupção”, alfinetou o parlamentar.
José Anaedson Reis Mota, “Nai de Bandiaçú”, vereador pelo PSDB e funcionário público, disse que mesmo no exercício parlamentar, continua dirigindo os carros da Prefeitura que levam pacientes para Salvador e garantiu que este trabalho é realizado de forma digna e honesta. “Dos vereadores, apenas um não me pede favor para levar seus eleitores”, falou Nai, sem revelar o nome do colega.
Segundo Nai, a capacidade máxima do ônibus são trinta passageiros, mais as pessoas insistem em viajar, forçando os motoristas a permitir. “No dia em que a reportagem flagrou o ônibus locado pela Prefeitura levando três pessoas a mais, não conversou com o motorista para ele se explicar, até porque ele fez questão de ficar afastado dos repórteres com receio de perder ponto na carteira”, relatou o vereador durante seu pronunciamento.
Concluiu seu pronunciamento dizendo que vai continuar prestando seu serviço em ajudar as pessoas, e se for preciso exceder na quantidade de passageiros em até cinco pessoas ele fará para atender as pessoas que estão necessitando, sendo aplaudido pelo grande público presente.
 Para a vereadora Elizane de Pinho Cana Brasil (PSDB), há 16 anos em Salvador, tendo se especializado em ajudar pessoas carentes, principalmente intermediando internamento e atendimentos médicos, o momento atual é pior já vivido em todo este tempo. “O que estar existindo é desrespeito do governo do estado com a realização dos exames de alta complexidade”, contou Elizane. Ela lembrou que teve um momento que foi chamada pela Coordenação da Central de Regulação e recebeu de volta 182 exames que deveriam ser marcados, pois Coité não havia sido contemplada com a pactuação da saúde em Salvador e tudo seria por Feira de Santana, que não teve como atender, pois a demanda é muito grande.
“Nesse governo (referindo-se ao governo estadual), não temos a quem procurar, pois tudo é pelo telefone e muitas das vezes sofremos com os pacientes em Salvador e busca de atendimento e somos obrigados criar situações dizendo que moram em Salvador e dar entrada nas emergências e suportar muitos dias nas macas dos corredores”, desabafou Elizane.
O vereador Orlando Ramos (PP), disse que a culpa de toda esta situação, era do governo federal, pois faltava mais investimento na saúde. Para ele, o prefeito Renato Souza foi o que mais atendeu nesta área nos últimos anos, apesar do pouco apoio recebido dos governos do estado e federal.O edil sugeriu que se criasse uma comissão para ir a Brasília cobrar do ministério da saúde a construção de um hospital de grande porte.



O problema não é má gestão é falta de recursos – O vereador Edevaldo Santiago Ramos (PP), líder do governo, disse ao CN que o problema não é má gestão e sim falta de recursos. “Estou há vinte anos nesta casa e não vou mais participar de audiências públicas, a não ser se solicitado pelo prefeito, pois sempre termina com a falta de recursos” disse  Santiago, apesar de reconhecer que as audiências são importantes porque da voz e vez ao cidadão e é um pilar da democracia.
Ele disse também que todo governo administra e faz política e que manifestação não resolve problemas e sim, ação.
O prefeito Renato Souza, confirmou que realmente não é um problema de gestão e sim de falta de recursos, tanto que 1.300 prefeitos passaram a semana em Brasília percorrendo os gabinetes dos deputados e senadores para que seja aprovada a emenda 29, que aumenta os recursos na área de saúde.
Afirmando que tema consciência tranquila que vem trabalhando neste setor, Renato falou que investe 17% na saúde com recursos próprios e citou o exemplo da manutenção dos PSFs, onde recebe R$ 7.500 para manutenção e só o salário dos médicos é R$ 6.000. “Cada PSF tem um médico, uma enfermeira, um dentista, um auxiliar odontológico, um assistente médico e nós investimos 33% com recursos proprios para manter cada PSF”, lembrou Souza.
Renato aproveitou a oportunidade e prestou contas de algumas ações nesta área, a exemplo do investimento de R$ 100 mil no PSF do Povoado de Boa Vista, onde atende médico e dentista, ampliação da Unidade do Povoado de Italmar, as construções do PSF de Santa Rosa e Terra Nova, além da ampliação da Unidade de Saúde de Ipoeirinha.
Esta foi à primeira audiência pública que o prefeito Renato Souza participou nos três anos de mandato. Só neste segundo período legislativo, segundo o presidente da Câmara, vereador José Jailmo Pereira Gomes (PHS), foram realizadas audiências para debater a educação, meio-ambiente, saúde, homofobia e no dia 28, estará sendo debatida a situação da seca que atinge o município de Conceição do Coité.
 Assis deixa a audiência antes de terminar -  A convocação da audiência foi uma iniciativa do vereador petista Edivaldo Andrade, porém como são minoria na casa, três contra sete, a base governista montou uma estratégia e lotou o plenário, que atento aos discursos vibravam com as colocações de cada vereador que fez uso da tribuna, principalmente porque estava presente de pé encostado na parede o presidente do PT um dos responsáveis, talvez o principal responsável pela circulação do panfleto, o que mexeu nos ânimos de lideranças e correligionários do prefeito Renato.

Sob a segunda caixa de som, Assis ouve atentamente aos pronunciamentos, tentou usar a tribuna mas não foi lhe foi permitido
Quase todos que usaram da palavra alfinetaram o petista de forma indireta, mas o publico direcionava os olhares na sua direção, num determinado momento ele se dirigiu para um funcionário da câmara e disse que  desejava fazer uso da tribuna, recebeu a resposta que não era possível naquele momento. Ele silenciou e voltou para o seu lugar e não demorou muito, ele deixou o ambiente. O CN questionou o petista porque ele deixou o recinto antes do fim, ele respondeu: “o prefeito não foi lá para debater o problema grave da saúde, ele esteve e convocou seus seguidores para lhe aplaudir, esse mesmo povo que é de alguma forma favorecido por ele, tentei falar não me permitiram, então entendi que não adiantava permanecer no ambiente que o assunto principal que é a saúde não foi mostrado propostas de melhorias”.
“Esse pessoal sempre se contradiz, na campanha disse que estava com Wagner, que é um governo diferente, que tem feito muito pela Bahia, chegando inclusive a tentar ocupar nosso espaço de companheiros históricos, o que ouvir foi muita gente denegrindo a saúde do estado e olhando na minha direção por eu ser fiel ao partido que vem governando a Bahia” concluiu o petista.  

Com informações da Calila Noticias
Por: Valdemí de Assis / Fotos: Raimundo Mascarenhas

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